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20.9.10

HDCP crackado: o melhor que podia acontecer ao Blu-Ray? 

Considere o caso do meu amigo Ricardo: comprou um leitor Blu-Ray de marca branca no Carrefour. O primeiro problema chegou quando tentou ler o primeiro filme. Azar! O cabo HDMI não era compatível com HDCP. Isso não o desmotivou e ao terceiro cabo conseguiu finalmente ver filmes em gloriosa alta definição. Até que há uns meses comprou um blockbuster de Hollywood e foi informado que o seu leitor Blu-Ray não era compatível e deve actualizar o firmware. Azar! O Carrefour fechou e não existe representante oficial da marca do leitor em Portugal. A última vez que falei com ele andava desesperado a enviar emails e telefonar para França para tentar desbloquear a situação.

Este caso revela o que a protecção de conteúdos pode fazer aos clientes que - vá-se lá saber porquê, talvez teimosia - gastam o seu dinheiro em produtos culturais em vez de puxarem da Net, como "toda a gente" anda a fazer. Ilegalmente, já que alternativas legais não existem.

É um absurdo que muitos compradores de discos Blu-Ray têm de ripar a rodela para disco rígido para aí sim poderem ver os filmes que compraram. E, já agora, duma forma mais rápida e prática permitindo construir uma videoteca com todos os filmes à distância de um par de cliques.

Crackado o formato de encriptação usado pelo Blu-Ray logo no seu lançamento, restava o irritante HDCP que faz com vídeo em alta definição só possa circular em cabos e equipamentos compatíveis. Isto, claro, quando os fabricantes têm a mesma implementação da norma! Uma boa notícia chegou a semana passada quando a chave-mestra apareceu na Net permitindo a criação de dispositivos que retiram a irritante protecção. É o melhor que pode acontecer ao Blu-Ray que talvez assim possa finalmente crescer de forma significativa já que o ritmo de adopção do formato é raquítico se comparado com o dos DVD nos primeiros anos. Isto se não for tarde demais.

Espero que a indústria retire desta trapalhada as devidas ilações e acabe de vez com as protecções que nada fazem para reduzir a pirataria e só incomodam os seus clientes. De facto, dificilmente os produtores de conteúdos poderiam arranjar uma estratégia mais eficaz de promoção da pirataria.

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29.7.10

Facebook, o site-eucalipto que tudo seca ao redor 

O Facebook atingiu recentemente a marca impressionante de 500 milhões de utilizadores. Hoje em dia quem não está nesta rede social é antiquado e encarado como um pária tecnológico. O nível de utilização desta rede medida em termo de pageviews é ainda mais impressionante e atingiu a liderança na maioria dos países.

Posta de parte a hipótese de passarmos a usar mais Net de repente só por causa deste site, isto significa que estes pageviews vieram de algum lado e é fácil descobrir de onde. Começaram pelo óbvio despovoamento das redes sociais concorrentes (myspace, hi5, orkut, netlog, etc) mas o número de sites atingidos está a crescer e hoje abrange blogues, agregadores e produtores de conteúdos. Para uma larga margem da Web o Facebook é visto como um eucalipto: as suas raízes sugam toda a água provocando a agonia de tudo o que estiver por perto.

Além da criação dum monopólio - que é sempre indesejável - o Facebook tem o efeito perverso de tudo receber dando pouco em troca. Redes como o Twitter, por exemplo, são criadoras de cliques: muitos dos visitantes entram no Twitter para ver o que de interessante se passa no resto da Web. Já no Facebook as coisas são mais fechadas, tudo entra lá mas sai muito pouco (facto, aliás, confirmado por meus amigos que gerem sites de relevo).

No entanto, pode ser que o tremendo sucesso seja a razão para a decadência do Facebook. À medida que os utilizadores acumulam centenas atrás de centenas de contactos e páginas, começa a ser cada vez mais difícil filtrar aquilo que interessa reduzindo a sua utilidade. E, por outro lado, tudo o que postar vai ser lido muita gente - por vezes com resultados embaraçosos. Ler a propósito este excelente artigo com o diagnóstico atual da rede. Cada vez mais de nós entram no estágio 5 ("Saída estratégica").

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29.4.10

Sistemas operativos: de baixo para cima é o caminho 

Fiquei fã logo que vi um PDA da Palm. Encontrei algo que pela primeira vez merecia o epíteto de "assistente pessoal". Tarefas como gerir compromissos, organizar contactos e muitas outras do nosso dia-a-dia não podiam ser mais simples. Foi por isso que comprei o adaptador para o Palm funcionar como telemóvel enquanto aguardava ansiosamente o smartphone da firma.

Entretanto, chegou ao mercado a Microsoft com o Pocket PC e, mais tarde, Windows Mobile - um género de mini-Windows com o mesmo interface, com a tecla "Start" e tudo! É a chamada abordagem de cima para baixo.

No entanto, a utilização de um telemóvel é muito diferente de um computador pessoal. De que valem as centenas de Mhz no processador ou capacidade de ver vídeos se as operações comuns como a busca nos contactos requer uma série de acções? E qual a utilidade dum telemóvel que crasha?

Enquanto a Palm lentamente se eclipsava apareceram smartphones com sistemas operativos superiores como o Symbian mas não que captaram os corações dos consumidores. Foi quando apareceu o iPhone da Apple - e mais tarde o WebOS da Palm e os Android do Google - que se tornou evidente o que deveria ser o sistema operativo ideal para pequenos dispositivos: algo que, além de prático, é rápido e delicioso de usar - coisas que mesmo os mais fervorosos adeptos da plataforma da Microsoft alguma vez dirão.

De facto, estes novos s.o. são tão bons que estão a ser usados em dispositivos cada vez maiores. O iPad, tablets e leitores de ebooks com Android são apenas a primeira vaga do ataque ao sistema operativo tradicional. Já este ano vão aparecer netbooks com Android (quem sabe a Apple também entre na compita) e o próximo alvo a abater são os portáteis.

O mercado dos computadores pessoais não está em perigo para a Microsoft mas ela que se acautele que o perigo vem de baixo!

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16.4.10

Busca visual: o próximo alvo do Google 

Não contente em dominar a busca na Net, o Google anda sorrateiramente a posicionar-se no terreno para um mercado que vai valer biliões: a busca visual.

Este tipo de busca permite obter informação sobre os objectos reais. Basta apontar o telemóvel para um objecto que se quer pesquisar e em poucos segundos aparece toda a informação sobre ele. O entretenimento foi a primeira aplicação desta tecnologia graças a aplicações como o Shazam ou Midomi que identificam uma música, mesmo que seja você a trauteá-la (bom, depende da sua afinação...).

A busca visual assenta que nem uma luva na estratégia de investimento no Mobile da firma e já hoje se manifesta na crescente contextualização dos resultados do Google Images bem como a integração de directórios de firmas no Google Maps. Além disso, a firma lançou discretamente o Goggles que, basicamente, pesquisa toda a informação presente numa imagem. Apesar do Goggles por vezes dar resultados surpreendentes, ainda tem um problema: a base de dados ainda é pequena. É o mesmo que pesquisar por um termo na Net só com 0.1% dos sites indexados. É para suprir esta falha que a firma está a investir, sendo o resultado mais recente a aquisição da PlinkArt - criadores duma aplicação fantástica que retorna toda a informação duma obra de arte só com a ajuda duma fotografia parcial e de má qualidade tirada pelo telemóvel.

A busca visual juntamente com a realidade aumentada significa que - à semelhança do GPS para a localização - nunca nos sentiremos perdidos no mundo real. Está num sítio que não conhece e tem fome? Aponte o telemóvel a um restaurante e saberá o que se come lá, fotografias do interior e o número de estrelas dadas pelos frequentadores. Vai a um jardim e pretende saber que planta está a observar? Basta apontar o telemóvel. Precisa de fazer uma reparação no automóvel e não sabe identificar as peças? Aponte o telemóvel. Não sabe quem é o actor que está a ver na TV? Decerto já percebeu a ideia...

Os exemplos de aplicações para a busca visual são inúmeros e só limitados pela nossa imaginação. Ah, e limitadas também pela velocidade com que o Google consegue investir...

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7.3.10

TV em 3D, ou como o marketing está acima do bom senso 

É quase impossível evitar o furor actual em torno do 3D. De repente, por causa do sucesso do "Avatar" de James Cameron, querem-nos fazer crer que o 3D é algo de novo e representa o futuro. Mas raramente é mencionado que a mesma tecnologia usada no Avatar já anda nas salas de cinema há alguns anos. Ou que houve uma fugaz tentativa de impôr o 3D na TV e cinema nos anos 80. E antes disso nos anos 60. Sem esquecer, claro, as tentativas de impôr o 3D por parte de fabricantes de placas gráficas nos anos 90.

O que há em comum nestas tentativas é que todas necessitaram de óculos e todas terem sido um fracasso. Qual o dado novo que poderá impor o 3D desta vez? A resposta evidente é o fortissimo investimento na tecnologia por parte de produtores de conteúdos e fabricantes de equipamentos. O público "tem" de aderir ao 3D nem que para isso se tenham de gastar fortunas em publicidade.

Apesar deste esforço, o 3D não passará daquilo que é agora: uma curiosidade. Isto não quer dizer que daqui a uns anos não existam muitos equipamentos e conteúdos 3D, simplesmente nunca será algo mainstream. Não é prático usar o inestéticos e incómodos óculos e a esmagadora maioria do que se filma não tem nada a ganhar com a dimensão extra.

Saltando para o caso Português, é de realçar o investimento do Meo nesta área e a resposta pronta da Zon com a criação dum canal 3D. Apesar do entusiasmo e das hipérboles publicitárias, foi um responsável da própria Zon a admitir que o 3D requer aquisição de TVs na ordem dos milhares de euros!

É o problema do ovo e da galinha: sem conteúdos 3D, ninguém compra TVs 3D e vice-versa. A Meo e a Zon decidiram dar uma de modernaços e apostar numa tecnologia que é - e será durante largos anos - demasiado cara para a esmagadora maioria dos seus clientes.

No caso específico da Zon este investimento pode ser contraproducente porque usa nas suas boxes um software mal projectado e ainda pior implementado onde falham coisas simples como as gravações ou a conversão de aspect ratio. Para muitos clientes actuais da Zon, ouvir falar em 3D sem antes resolver os problemas actuais é tido como uma afronta e demonstra o domínio do marketing sobre a qualidade do serviço prestado.

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12.1.10

Microsoft na Internet: 15 anos de tiros ao lado 

Se estiver com atenção às notícias, deve ter reparado que em 2009 houve cerca de uma dúzia de negócios na ordem das centenas de milhões de dólares relativas a pequenas e médias empresas ligadas à Web. E isto num ano de crise!

São inúmeros os casos em que firmas com poucos meios produzem algo com imenso sucesso e são compradas ou entram em bolsa. É o chamado "modelo de negócios da Web": primeiro faz-se, depois logo se vê como se ganha dinheiro. Um exemplo típico é o Twitter, que praticamente não tem receitas mas mesmo assim anda meio mundo a tentar comprá-lo.

No meio disto tudo, é de espantar que a Microsoft - o maior produtor de software! - ainda esteja a perder dinheiro na Net quinze anos depois do famoso discurso de Bill Gates onde ele anunciou um forte investimento nessa coisa nova chamada "Internet".

Como explicar que passado tanto tempo a Microsoft não tenha ainda descoberto como lucrar com a Net? Parece incompreensível como os monopólios nos sistemas operativos e browsers não foram aproveitados para impor os seus produtos de Net (com a possível excepção do Messenger em alguns países). Chegou mesmo ao ponto de matar produtos ganhadores depois de os adquirir - o Hotmail é o exemplo mais flagrante.

É certo que a Microsoft tem dado muitos tiros no pés mas este insucesso não se explica só por questões de qualidade. Os mapas da Microsoft são pelo menos tão bons como o concorrente do Google e o Bing está a encurtar caminho nas pesquisas, só para dar dois exemplos.

Quanto a mim, o principal defeito da firma é exactamente aquela palavra que os responsáveis de marketing gostam de pronunciar: Inovação. Ou falta dela, para ser mais preciso. A firma continua sem saber antecipar os desejos e necessidades dos cibernautas.

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29.12.09

2010: o ano do Google 

O próximo ano vai ser fulcral para o futuro do Google. A firma adquiriu uma dimensão tal que os seus ganha-pão actuais não chegam e a expansão a novas áreas é inevitável.

Surpreendentemente, uma das áreas onde o Google vai investir é no hardware. O seu telemóvel está quase a sair e para o final do ano teremos um netbook Google. Será esta uma área a investir nos próximos anos ou apenas uma forma de puxar pelos outros fabricantes de hardware? Só o tempo o dirá.

Outra das apostas fortes da firma é nos seus sistemas operativos de desktop e telemóveis. Isto vem confirmar aquilo que já vinha afirmando há uns anos: se há alguém que pode beliscar o monopólio do Windows é o Google e não a Apple ou as distribuições de Linux. Já nos dispositivos móveis, o Android vai ganhar mercado de forma exponencial enquanto o Windows Mobile vai reduzir-se ao mercado empresarial - e mesmo neste vai definhar lentamente. A rápida adopção do Android é capaz de torná-lo o sistema operativo móvel mais usado daqui a poucos meses. Algo impensável no início deste ano!

Nem tudo são rosas no futuro do Google: as firmas ainda não aderiram às suas aplicações e a grande aposta no Wave parece estar condenada ao fracasso (talvez porque poucos percebam exactamente para que serve). Mesmo assim, os seus responsáveis já deram provas que não viram a cara à luta e não vão desistir enquanto houver um mercado por explorar.

Falta saber se a boa imagem da firma não sairá beliscada com campanhas mais agressivas como a recente promoção do seu browser Chrome aos utilizadores norte-americanos que usam o seu mecanismo de pesquisa. Imaginem as complicações legais se tivesse sido a Microsoft a fazer isto...

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28.8.09

Conteúdos pagos, versão 2.0 

"Sem precisar qualquer data, Francisco Pinto Balsemão, presidente da Impresa, referiu que a decisão de cobrar pelos conteúdos disponibilizados na web é já uma certeza."
- Valor Online, 16 de Março de 2001


"Uma nova tendência está a desenhar-se nos media: a cobrança dos conteúdos online."
- DN, 28 de Agosto de 2009



Em 2000 e princípio de 2001 - em plena euforia bolsista - empresários, jornalistas e analistas eram unânimes em anunciar o funeral dos conteúdos grátis na Net. Passados oito anos praticamente ninguém paga para ter acesso a conteúdos que pode obter de graça de outra forma (sem contar com os habituais jogos e pornografia, claro!)

Assim, o que mudou para viabilizar um modelo que falhou? Francamente não faço ideia, parece apenas uma tentativa desesperada de contornar a crise...

Desde o início da década, a Web mudou completamente e passou de um modelo de broadcast (um-para-muitos) para um-para-um onde tudo é personalizado. O nascimento dos blogs, agregadores e redes sociais não tornou obsoleta a produção de conteúdos profissionais mas mudou por completo o seu consumo. A origem dos conteúdos tem cada vez um papel mais secundário em relação à sua filtragem - e isso explica em parte a aversão de alguns jornais ao agregador Google News. Este último é visto por muitos como um parasita quando bastará consultar o histórico dos sites para ver que o Google é o seu principal aliado ao fornecer-lhes uma torrente de tráfego considerável sem a qual alguns não poderiam sobreviver.

Depois de mais esta tentativa condenada ao fracasso, será que o assunto voltará a ser falado daqui a uma década?

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8.7.09

Chrome OS: pode o Google triunfar onde outros falharam? 

Corria o ano de 1995 e o conceito da moda era o "Network Computer" (NC) - computador barato com poucos recursos que corria aplicações em Java e alojava os seus dados na Net. Entre lançamentos da IBM, Acer, Oracle e da própria Microsoft (quem se lembra do NetPC?), os analistas previram a queda do Windows. Larry Elison, CEO da Oracle, chegou ao ponto de prever a falência da Microsoft!

Passados catorze anos o Google anuncia a entrada no mercado dos sistemas operativos com o Google Chrome OS. O conceito tem tudo a ver com o NC: um sistema operativo leve que usa a Internet para tudo. Até mesmo as aplicações nativas usam as ferramentas da Net (HTML,Javascript,CSS,etc...).

Poderá o Google triunfar? Tem a seu favor o facto após estes anos o desempenho dos computadores e da Net ter explodida. O Chrome OS deve correr a grande velocidade nos actuais Netbooks com ligação de banda larga.

O grande entrave é a aceitação do público. Veja-se o que se passou com os netbooks: alguns fabricantes colocaram no mercado modelos com Linux mais baratos que a versão Windows mas mesmo assim este último é usado em 80 a 90% destes computadores. Claramente, o consumidor é avesso a mudanças e prefere o que conhece - mesmo que lhe reconheça falhas - a ter de mudar. Vai ser, por isso, uma árdua tarefa para o Google competir com algo de novo, por muito bom que seja. É de notar que as vendas (físicas) do Microsoft Office continuam em bom ritmo enquanto a alternativas (online) gratuitas como o Google Docs são usadas por poucos.

Apesar do meu cepticismo, vou torcer pelo sucesso do Chrome OS, alternativas são sempre boas para o consumidor - sobretudo quando do outro lado da barricada está uma firma mal-comportada que muitas vezes usa o seu peso no mercado duma forma anti-competitiva.

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11.6.09

E você, pagaria 5 cêntimos ao Nuno Markl? 

Apesar da enorme popularidade e grande capacidade em atrair investidores, os sites de redes sociais como o Twitter, myspace ou Facebook tardam em concretizar em receitas todo o seu potencial.

Há pouco tempo o Facebook levantou um pouco do véu sobre a sua estratégia de rentabilização ao apresentar o Facebook Credits - um sistema de micropagamentos.
O sistema é simples: os utilizadores adquirem créditos ao correrem aplicações publicitárias ou - mais importante - comprando-os com dinheiro real. Depois é só distribuir os créditos por quem quiser. Por exemplo, se achar piada à actualização do mural do Nuno Markl poderá recompensá-lo com, digamos, créditos equivalente a 5 cêntimos.

Além de agradar aos investidores, a ideia original que está por trás do Facebook Credits parece ser a de premiar conteúdos de qualidade mas não deve demorar muito até aparecerem aplicações em catadupa que dele tirem partido para movimentar dinheiro bem real.

Assim, com mais de 200 milhões activos, o Facebook "arrisca-se" a ser o primeiro sistema de micropagamentos com sucesso. E não só: se tiver que comprar um artigo em segunda mão, prefere comprar a um estranho no eBay ou a alguém a quem conhece o nome real e rede de amigos?

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16.5.09

Quem quer pagar pela pirataria? 

A pergunta pode parecer absurda mas a resposta é surpreendente: muitos de nós. Senão vejamos:

  • Nova legislação mais apertada na Suécia levou o famoso Pirate Bay a criar um serviço pago para garantir o anonimato dos utilizadores. Centenas de milhares aderiram logo nas primeiras semanas.
  • Tudo indica que o site de alojamento de ficheiros Rapidshare está a ganhar uma fortuna com o serviço pago que permite tráfego ilimitado.
  • Leitores multimédia com disco rígido para ligar à TV estão com vendas impressionantes. Este fim de semana perguntei numa loja localizada numa grande superfície qual a diferença de vendas destes dispositivos em relação ao leitores Blu-Ray e ele disse-me que não há comparação, as vendas de Blu-Ray são ínfimas ao passo que os discos multimédia dispararam no último ano. Conheço quem pague por DVDs para depois os despejar no leitor, mas escusado será dizer qual a forma mais popular de encher um disco de 1TB...

Estes três sintomas têm em comum que os consumidores estão a gastar dinheiro para consumir produtos culturais sem que os detentores de direitos de autor recebam um tusto. Perante estes fortes sinais que o seu modelo de negócios está errado, o que decide fazer a indústria cultural? Continuar a ir atrás dos "piratas" - muito dos quais são os mesmos que garantem a sua subsistência.

Se não mudarem de atitude rapidamente, não estará longe o dia em que a única razão para comprar uma rodela de plástico de 12cm seja copiar para disco... e partilhar com os amigos.

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3.4.09

O futuro está nas nuvens 

"Cloud Computing" é daqueles termos que entraram na moda há menos de dois anos e é usado para quase tudo. Geralmente o termo é usado quando recursos de computação estão numa "nuvem" - um sistema complexo ao qual quem se liga pouco ou nada sabe. Nesse sentido, a Internet é uma gigantesca "nuvem".

Na imprensa, este termo é usado por vezes para se referir a uma "tomada" onde se liga qualquer dispositivo de computação para tirar partido de recursos virtualmente ilimitados (armazenamento, capacidade de processamento, etc). Nada de novo aqui, é o conceito de terminal estúpido ligado a um potente sistema central utilizado há mais de meio século. Não são no entanto muitas as aplicações que necessitam de recursos que vão para além dos computadores mais modestos à venda hoje em dia.

No meio de todo o hype, há dois conceitos prometedores que têm tudo para dar certo:

- OnLive: os jogos são a aplicação mais exigente entre aquelas que corremos nos nossos computadores domésticos. Para ter frames-por-segundo aceitáveis gastam-se rios de dinheiro em CPU, RAM e placas gráficas. Faz por isso todo o sentido transferir parte do processamento para um sistema central. Será assim possível correr qualquer jogo com hardware barato. O grande óbice deste serviço poderá ser o tempo de resposta da Net que varia de ISP para ISP e pode ser demasiado grande para a maioria dos jogos.

- CloudPrint: imagine que cada vez que imprimir algo, o documento em vez de ir directamente para a impressora que tem ao lado passa primeiro pelos servidores da HP (ou outro fabricante). À partida parece que não faz grande sentido mas as aplicações são muitas. Imagine mandar imprimir algo no escritório ou PDA e veja o resultado mal ligue a sua impressora caseira. Ou escolher as melhores fotos e imprimi-las directamente num serviço profissional. Ou calendarize impressões para determinados momentos. As aplicações são inúmeras. Resta saber se as preocupações com privacidade não poderão obstar ao sucesso do CloudPrint.

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4.3.09

Telemóvel: o rádio de pilhas do século XXI? 

Impertubável no seu rumo, as emissões de rádio por Frequência Modulada (FM), tem resistido à onda de digitalização e mantéem-se teimosamente analógica.

Nos final dos anos 80, o FM analógico parecia ter os dias contados com a aparição do Digital Audio Broadcasting (DAB) mas não parece crível que chegue a algum lado ao fim de duas décadas.

Os receptores de rádio começam a parecer uma peça arcaica entre os equipamentos electrónicos do nosso dia-a-dia. Por outro lado, a pressão que se faz sentir pela optimização do espectro rádioeléctrico - um bem cada vez mais raro e apetecivel - decerto colocará em perigo as frequências do FM. O streaming nos sites das rádios é uma forma de contornar as limitações da tecnologia mas é preciso algo mais. Foi isso mesmo que fez a NPR (consórcio de estações públicas dos Estados Unidos): uma aplicação para iPhone que tira partido das redes 3G ou WiFi para "sintonizar" o canal pretendido.

As redes digitais sem fios são o meio de transporte ideal para a rádio porque são ubiquas (tente sintonizar rádio no metropolitano!), fáceis de usar e abrem um mundo de interacção com o espectador. O ideal seria os operadores de telemóveis reservarem banda para a rádio, tal como hoje fazem para a TV, para não sobrecarregarem as suas redes (e o bolso dos clientes).

Ah! Uma nota final para quem "ouve" rádio através do operador de cabo: não o faça! É contra-natura gastar centenas de Watts com a box descodificadora mais a sua TV gigantesca para algo que se consegue ouvir com o mais reles rádio de pilhas... ou telemóvel!

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1.2.09

40 minutos de pânico 

Um banal erro humano fez com que todas as pesquisas no Google apresentasse como perigosos todos os sites encontrados. A firma agiu prontamente e em 40 minutos estava o problema resolvido.
No entanto, as ondas de choque que se fizeram sentir por toda a Net foram impressionantes: foi tema de conversa animada em inúmeros blogs, fóruns e redes sociais. Ao ler algumas das mensagens, até parece que o fim do Mundo vinha aí.

Esta situação ilustra perfeitamente aquilo que já mencionei aqui no blog: a Google-dependência. Se o Windows acabasse, haveria alternativas, se o Google acabar, estamos perdidos!

Os cliques oriundos do Google são o alimento de que vivem sites grandes e pequenos. Sem as pesquisas do Google, há toda uma Economia que desaparece.

Por isso se é religioso é altura de acender uma vela a Santo Isidoro, padroeiro da Internet, e rezar pela boa saúde técnica e financeira do Google.

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29.1.09

Adeus, Second Life! Olá, Twitter! 

Ainda alguém se lembra do ambiente virtual Second Life? Ainda há um ano não passava semana em que não aparecesse nas notícias a entrada duma entidade neste ambiente que, diziam, iria ser imprescindível para contactar os internautas.
Um ano e meio depois, é curioso reler o post "Governo abre presença no Second Life, Portugueses saem à rua para comemorar (?)".

O que correu mal? Na minha opinião o Second Life é como os vídeos nos telemóveis: servem sobretudo para impressionar os amigos. O ambiente gráfico impressiona no início mas acaba por estorvar a comunicação. O que realmente conta são as pessoas e a facilidade de acesso e não o grafismo ou o virtuosismo técnico.

O que me leva a falar daquele que poderá ser o site onde todos quererão estar registados em 2009: o Twitter. O conceito é muito simples: é um género de micro-blog onde cada post só pode ter 140 caracteres. Com tão poucos caracteres não é fácil explanar um pensamento mas em compensação é o ideal para dizermos algo que nos aconteceu ou dizer apenas e só aquilo que nos passa pela cabeça... ou responder ao que passa pela cabeça dos outros, claro!

É muito curiosa esta passagem dum futuro prometido cheio de 3D e foto-realismo para algo que mais parece o IRC ou as salas de chat do final do século passado.

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