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7.3.10

TV em 3D, ou como o marketing está acima do bom senso 

É quase impossível evitar o furor actual em torno do 3D. De repente, por causa do sucesso do "Avatar" de James Cameron, querem-nos fazer crer que o 3D é algo de novo e representa o futuro. Mas raramente é mencionado que a mesma tecnologia usada no Avatar já anda nas salas de cinema há alguns anos. Ou que houve uma fugaz tentativa de impôr o 3D na TV e cinema nos anos 80. E antes disso nos anos 60. Sem esquecer, claro, as tentativas de impôr o 3D por parte de fabricantes de placas gráficas nos anos 90.

O que há em comum nestas tentativas é que todas necessitaram de óculos e todas terem sido um fracasso. Qual o dado novo que poderá impor o 3D desta vez? A resposta evidente é o fortissimo investimento na tecnologia por parte de produtores de conteúdos e fabricantes de equipamentos. O público "tem" de aderir ao 3D nem que para isso se tenham de gastar fortunas em publicidade.

Apesar deste esforço, o 3D não passará daquilo que é agora: uma curiosidade. Isto não quer dizer que daqui a uns anos não existam muitos equipamentos e conteúdos 3D, simplesmente nunca será algo mainstream. Não é prático usar o inestéticos e incómodos óculos e a esmagadora maioria do que se filma não tem nada a ganhar com a dimensão extra.

Saltando para o caso Português, é de realçar o investimento do Meo nesta área e a resposta pronta da Zon com a criação dum canal 3D. Apesar do entusiasmo e das hipérboles publicitárias, foi um responsável da própria Zon a admitir que o 3D requer aquisição de TVs na ordem dos milhares de euros!

É o problema do ovo e da galinha: sem conteúdos 3D, ninguém compra TVs 3D e vice-versa. A Meo e a Zon decidiram dar uma de modernaços e apostar numa tecnologia que é - e será durante largos anos - demasiado cara para a esmagadora maioria dos seus clientes.

No caso específico da Zon este investimento pode ser contraproducente porque usa nas suas boxes um software mal projectado e ainda pior implementado onde falham coisas simples como as gravações ou a conversão de aspect ratio. Para muitos clientes actuais da Zon, ouvir falar em 3D sem antes resolver os problemas actuais é tido como uma afronta e demonstra o domínio do marketing sobre a qualidade do serviço prestado.

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1 Comentários:

Pelo que li, os anunciados plasmas 3D das respeitadas Panasonic e Samsung orçam cerca de 2600 US dollars.

No fundo o mesmo preço que custa em Portugal uma tv LCD 1080p de 46" e topo de gama, com sintonizador digital terrestre e navegação web, mas sem 3D, de marcas conceituadas nos LCD, como Sony e Philips.

Preços que tenderão a baixar à medida que o padrão 3D se for tornando uma a norma mais procurada e fabricada.

A questão centra-se, como refere, nos conteúdos 3D que vão ganhando a batalha no cinema, mas muito mais problemáticos para entrarem na casa do consumidor.

Que se saiba, não haverá espaço nos transponders dos satélites nem largura de banda suficiente no cabo que possibilite uma massificação do 3D.

Também não estou a ver o consumidor correr a comprar um blu-ray 3D - nem sei se já existe tal norma -, para visionar uma meia dúzia de filmes, sobretudo de animação.

Mas que é uma boa aposta de Hollywood para fazer regressar as pessoas às salas de cinema, isso já foi comprovado por Avatar, Up altamente e Alice no País das Maravilhas.

Na história há um cinema AA (antes de Avatar) e DA (depois de Avatar).

No lar só estou a antever um canal de filmes 3D e uma Sportv 3D e só através da fibra óptica.

By Anonymous Anónimo, às 1:32 da manhã, março 26, 2010  

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