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20.9.10

HDCP crackado: o melhor que podia acontecer ao Blu-Ray? 

Considere o caso do meu amigo Ricardo: comprou um leitor Blu-Ray de marca branca no Carrefour. O primeiro problema chegou quando tentou ler o primeiro filme. Azar! O cabo HDMI não era compatível com HDCP. Isso não o desmotivou e ao terceiro cabo conseguiu finalmente ver filmes em gloriosa alta definição. Até que há uns meses comprou um blockbuster de Hollywood e foi informado que o seu leitor Blu-Ray não era compatível e deve actualizar o firmware. Azar! O Carrefour fechou e não existe representante oficial da marca do leitor em Portugal. A última vez que falei com ele andava desesperado a enviar emails e telefonar para França para tentar desbloquear a situação.

Este caso revela o que a protecção de conteúdos pode fazer aos clientes que - vá-se lá saber porquê, talvez teimosia - gastam o seu dinheiro em produtos culturais em vez de puxarem da Net, como "toda a gente" anda a fazer. Ilegalmente, já que alternativas legais não existem.

É um absurdo que muitos compradores de discos Blu-Ray têm de ripar a rodela para disco rígido para aí sim poderem ver os filmes que compraram. E, já agora, duma forma mais rápida e prática permitindo construir uma videoteca com todos os filmes à distância de um par de cliques.

Crackado o formato de encriptação usado pelo Blu-Ray logo no seu lançamento, restava o irritante HDCP que faz com vídeo em alta definição só possa circular em cabos e equipamentos compatíveis. Isto, claro, quando os fabricantes têm a mesma implementação da norma! Uma boa notícia chegou a semana passada quando a chave-mestra apareceu na Net permitindo a criação de dispositivos que retiram a irritante protecção. É o melhor que pode acontecer ao Blu-Ray que talvez assim possa finalmente crescer de forma significativa já que o ritmo de adopção do formato é raquítico se comparado com o dos DVD nos primeiros anos. Isto se não for tarde demais.

Espero que a indústria retire desta trapalhada as devidas ilações e acabe de vez com as protecções que nada fazem para reduzir a pirataria e só incomodam os seus clientes. De facto, dificilmente os produtores de conteúdos poderiam arranjar uma estratégia mais eficaz de promoção da pirataria.

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