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16.5.09

Quem quer pagar pela pirataria? 

A pergunta pode parecer absurda mas a resposta é surpreendente: muitos de nós. Senão vejamos:

  • Nova legislação mais apertada na Suécia levou o famoso Pirate Bay a criar um serviço pago para garantir o anonimato dos utilizadores. Centenas de milhares aderiram logo nas primeiras semanas.
  • Tudo indica que o site de alojamento de ficheiros Rapidshare está a ganhar uma fortuna com o serviço pago que permite tráfego ilimitado.
  • Leitores multimédia com disco rígido para ligar à TV estão com vendas impressionantes. Este fim de semana perguntei numa loja localizada numa grande superfície qual a diferença de vendas destes dispositivos em relação ao leitores Blu-Ray e ele disse-me que não há comparação, as vendas de Blu-Ray são ínfimas ao passo que os discos multimédia dispararam no último ano. Conheço quem pague por DVDs para depois os despejar no leitor, mas escusado será dizer qual a forma mais popular de encher um disco de 1TB...

Estes três sintomas têm em comum que os consumidores estão a gastar dinheiro para consumir produtos culturais sem que os detentores de direitos de autor recebam um tusto. Perante estes fortes sinais que o seu modelo de negócios está errado, o que decide fazer a indústria cultural? Continuar a ir atrás dos "piratas" - muito dos quais são os mesmos que garantem a sua subsistência.

Se não mudarem de atitude rapidamente, não estará longe o dia em que a única razão para comprar uma rodela de plástico de 12cm seja copiar para disco... e partilhar com os amigos.

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5 Comentários:

Piratas a garantir a subsistência da indústria fonográfica ?
Seria bom pois a mesma facturou o ano passado menos 66% do que em 2000!
Veja-se a notícia de hoje em :
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1380931
Mas não deixa de ser curioso que majors que produzem conteúdos,v.g. Philips e Sony, são as mesmas que fornecem hardware e consumíveis para cópia, matéria onde foram até muito inovadoras (DAT, CD, SPDIF , DVD, blu-ray, CD-ROM, - you name it - !

By Anonymous Anónimo, às 7:40 da manhã, maio 18, 2009  

A perda de receitas refere-se exclusivamente às vendas de CDs - um formato morto e enterrado (embora as majors tenham demorado muitos anos a perceber).
Este é mais caso de manipulação da opinião pública para que tenhamos pena deles e condenemos os "piratas"!

By Blogger Miguel Vitorino, às 9:25 da manhã, maio 18, 2009  

Quem é tratado como um criminoso, tem fortes possibilidades de se tornar um criminoso.
Cada vez que é anunciado um processo anti-pirataria, a indústria perde clientes.

By Anonymous Anónimo, às 12:46 da tarde, maio 19, 2009  

Posso concordar que a "caça ao pirata" não resolve problema algum.
Mas então, com é que se vai assegurar a, mais do que merecida, subsistência dos autores e criativos?
E a dos intérpretes e autores que não têm possibilidade de cobrar espectáculos, v.g. autores de obras literárias e técnicas ?
A transformação de todas as obras criativas num gigantesco e tendencialmente gratuito "open-source" constituirá uma salto qualitativo justo e equilibrado para todos ?
É que, a muito propagada baixa dos preços dos fonogramas, - quase a custo zero - como meio de combater a pirataria, tem muito de utópico, pois há que remunerar o investimento feiro pelas editoras ( tantas que já ficaram pelo caminho!), os autores, os intérpretes, os produtores, a publicidade ou promoção, etc. etc..
Aceitam-se sugestões ...

By Anonymous Anónimo, às 3:44 da tarde, maio 19, 2009  

Não creio que no futuro apareça um formato único que agrade a todos, o mercado está fragmentado e há que atender a todos os tipos de clientes: há os que quererão comprar os downloads (como no iTunes - um caso de sucesso), os que preferirão pagar uma mensalidade para terem a uma rádio personalizada, etc.
As editoras têm de arriscar em vez de enveredarem pela via persecutória e pela aposta em formatos obsoletos como o CD (e o DVD para lá caminha a passos largos).

Aqui neste blog já deixei algumas pistas. As pessoas querem comodidade, rapidez, preço justo e não gostam de limitações como o DRM. Se lhes dermos isto, não há razões para a pirataria.

Os que fazem questão de ter algo físico como o CD estão a seguir o caminho dos fãs do vinil: são uma minoria, quiçá lucrativo mas de certeza cada vez mais um nicho de mercado.

O que julguei provar neste post é que a imagem dos "piratas" como alguém que quer tudo sem gastar um tusto é chão que deu uvas.

By Blogger Miguel Vitorino, às 4:04 da tarde, maio 19, 2009  

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