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21.8.08

Polémica: a paternidade do Magalhães 

O Governo e a empresa JP Sá Couto fizeram as delícias dos jornalistas ao anunciar o Magalhães - "o primeiro computador Português".

Como os jornalistas mais atentos descobriram pouco depois, afinal o Magalhães tem pouco de Português, trata-se apenas dum Intel Classmate com novas cores e novo logo. No entanto a firma continua a afirmar que a paternidade deve ser atribuída ao nosso pais:

"O Magalhães pode e deve ser considerado como o primeiro computador português. É um computador produzido em Portugal e tem uma marca portuguesa. A JP Sá Couto participou activamente na definição do conceito e das configurações do Magalhães." - afirmou o seu presidente ao Público.

Notem a contradição: por um lado é Português, por outro trabalharam com o verdadeiro fabricante (Intel) para definir as configurações. Ou seja, de Português tem tanto como os PCs que se montam por cá desde os anos 80 com marcas nacionais - a City Desk sendo talvez a mais conhecida.

E, já agora, lembram-se da fábrica nacional da Timex que produzia os Sinclair? Estes têm muito mais razões para serem considerados nacionais dado que por cá se fazia tudo desde o fabrico dos componentes até à embalagem passando pelas soldaduras. No caso do Magalhães, parece que a paternidade nacional se resume à embalagem e, eventualmente, à montagem. Mas penso que nem isso, como é que 90 trabalhadores produzem 80.000 computadores por mês? (fonte: Sol). Ainda dizem que a nossa produtividade é baixa!

Para terminar, devo mostrar o meu apoio à iniciativa do Governo de vender o Magalhães a preços subsidiados aos estudantes embora fosse recomendável saber como foi tomada a decisão dado que existem alternativas mais baratas no mercado. Mesmo não sendo "Portuguesas" ;-)

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