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28.6.07

Comércio electrónico à Portuguesa 

Eu já deveria ter aprendido a lição... tentei comprar a semana passada uns livros no site da Gradiva e vejam o que aconteceu:
  • 3ª feira, dia 19 - coloco a encomenda. Pago com Visa mas não recebo confirmação da encomenda nem consigo sequer ver qual o estado da mesma no site
  • 4ª feira, dia 20 - recebo uma chamada telefónica onde me informam que um dos livros está esgotado. Tiveram que fazer devolução do valor correspondente que já tinham cobrado no meu Visa. O livro ainda hoje aparece no site sem indicação de que está esgotado permitindo assim a sua encomenda
  • 4ª feira, dia 27 - livros são enviados pelo correio
  • 5ª feira, dia 28 - livros chegam
Para não dizerem que sou um bota-abaixo das coisas nacionais, tente o próprio leitor descobrir quantos erros foram cometidos nesta compra.

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26.6.07

Manhunt: quando o Politicamente Correcto ataca

Após a proibição de venda no Reino Unido, a distribuidora Portuguesa do jogo Manhunt 2 decidiu suspender a comercialização (ler no Público Digital).

Embora não seja apreciador de videojogos penso que é perigoso abrir a porta à (auto)censura. O jogo tem cenas de gosto dúbio? Violência gratuita? Deve ter de certeza mas procurem nos canais Portugueses e também vão ver o mesmo. Por exemplo, a RTP emitiu há dias o ultra-violento Sin City e não me parece que alguém se tenha insurgido. Felizmente!

O argumento dos censores é que o jogo pode confundir as mentes em formação e mais desprotegidas que confundem o jogo com a realidade e, potencialmente, transportar os comportamentos violentos para a sua própria vida. Alguns estudos defendem este ponto e outros o ponto contrário. O que me parece claro é que se a violência não faz parte da personalidade da pessoa, não vai ser a exposição a jogos ou filmes violentos a mudar algo. Falando do único caso que conheço a fundo, eu próprio, muitos anos a ver desenhos animados violentos não me tornaram uma pessoa violenta.

O jogo em causa tem indicações que é apenas para maiores de idade. No entanto, vá a uma grande superfície e encontra de certeza paizinhos a comprar jogos violentos para os filhos - isto quando não são os menores a rebentar com a mesada. O papel de censor deveria ser, em última análise, dos próprios pais mas estes são os primeiros a comprar o jogo para o filho-que-não-se-cala e, em alguns casos, depois queixar-se da violência dos jogos.

A última coisa que queremos é uma Comissão de Censura a decidir o que podemos e não podemos ver/consumir/jogar. Cada um é livre de tomar as suas decisões depois de devidamente informado. No caso dos menores, os pais, as lojas e os produtores têm responsabilidade que, em teoria, são bastante claras e estão previstas nas leis. Se todos cumprissem o seu papel esta polémica nunca aconteceria.

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25.6.07

Uma praga chamada Bluetooth

A segurança durante anos não foi a prioridade nos telemóveis. E isso tem consequências que por vezes são graves, como a recente em Espanha em que um hacker propagava vírus por Bluetooth e mensagens MMS (ler no PDAExpert).

Isto é possível porque os fabricantes ao facilitarem a vida aos consumidores relegam a privacidade e segurança para segundo plano. Através de amigos, têm-me chegado relatos de pessoas que usam os telemóveis de outros para estabelecer chamadas em restaurantes e usam a Internet alheia em quartos de hotel. Decidi, por isso, investigar: a semana passada tive que esperar por uma pessoa num centro comercial e decidi cheirar o que pairava no ar. Num único ponto detectei perto de trinta telemóveis e três computadores com Bluetooth.

Por mera curiosidade e sem fins nefastos, fiz uma amostragem da segurança das ligações. Dos três computadores, um deles deu-me acesso à Internet e, pior, deu-me acesso aos ficheiros! Os telemóveis estavam sempre a aparecer e desaparecer (na prática o Bluetooth tem um alcançe máximo de 20 metros e as pessoas estão a correr dum lado para o outro) mas mesmo assim consegui ligar-me a três telélés onde poderia ter estabelecido chamadas e pelo menos num tenho a certeza que poderia copiar os contactos!

Curiosamente, não consegui aceder ao único lugar onde era suposto ter acesso: uma ligação publicitária da PepeJeans que disponibiliza informação aos detentores de dentes azuis - mas que trataram de proteger com password :-(

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16.6.07

Meo: o serviço certo ao preço errado

Já vimos isto em algum lado: a PT faz um grande alarido com o lançamento do seu novo serviço triple-play meo e os jornalistas tecno-incultos não se cansam de apregoar o serviço "inovador e revolucionário", a verdadeira "TV do futuro".

Não me interpretem mal, apesar de trazer pouco de novo, o meo parece-me atraente mas há coisas que me preocupam:
  1. Preço alto: tirando as promoções de lançamento, o meo vai custar 62.40€/mês com o aluguer de equipamento incluído. Isto é mais do que a concorrência. Não seria suposto uma oferta integrada ser mais barata que os serviços em avulso?
  2. Secretismo: tirando o débito, não é dada nenhuma informação técnica sobre a qualidade da TV. Usará compressão MPEG2 ou MPEG4/H.264? Qual a capacidade do disco rígido? Quais são as fichas de saída? Já agora, qual o modelo da box usada?
  3. 8Mbps: a concorrência há algum tempo que ultrapassou a barreira dos 20Mbps no acesso à Internet. Porquê então lançar um novo serviço com débito inferior à oferta actual?
  4. TV digital: no site a PTC afirma que dos 8Mbps, 2Mbps estarão sempre disponíveis para o acesso à Net. Isto quer dizer que os canais de TV nunca vão ocupar mais de 6Mbps no total. Como o serviço dá para 2 TVs independentes, isto significa que cada canal ocupa 3Mbps. Se fôr usado MPEG2, isto quer dizer que, mais uma vez, vamos ter uma oferta de TV digital com qualidade claramente inferior à velhinha analógica.
  5. HDTV: ter TV de alta definição seria excelente mas a dúvida mantém-se: no satélite é normal apanhar HDTV com bitrates acima dos 20Mbps. Como ficará a qualidade encolhendo a emissão para 3 ou 6Mbps?
Perante este cenário, os potenciais clientes do serviço parecem-me limitados, pelo menos por enquanto. Só estou a ver aderirem quem está zangado com o operador de cabo actual e não se importa de pagar mais para mudar e os incautos que alinham no discurso da "TV do futuro" e "qualidade digital".

É curioso notar que a velha cantilena da TV interactiva (um dia todas as TV vão ser assim, diziam) parece ter deixado de ser eficaz e foi eliminada do discurso oficial.

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14.6.07

Microsoftização de Portugal

Este Governo tem tido a Microsoft como grande aliado no seu Plano Tecnológico. Até aqui tudo bem, é a tal "sociedade civil" a contribuir para o bem comum.

O problema é quando essa colaboração é feita sem rédeas nem limites, sobretudo tendo em conta que se trata duma firma predadora que foi várias vezes condenada por comportamentos anti-concorrenciais e ainda hoje mantém um grave conflito com a União Europeia.

No entanto, como o Paulo Querido escreveu no Expresso, o Governo verga-se às imposições da multinacional. Como se compreende que para ter acesso a uma curso de formação supostamente criado (ou apoiado) pelo Estado seja necessário ter o sistema operativo e browser da Microsoft?!

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2.6.07

Google foi longe de mais?

O Google Maps passou a contar com a possibilidade de ver fotografias das ruas a juntar aos mapas e imagens de satélite. Tecnicamente falando esta é uma maravilha saída do forno duma companhia que já nos habituou a surpreender.

Na privacidade é que a porca torce o rabo...

A julgar pelos testes que fiz, a companhia teve o cuidado de mostrar fotografias sem pessoas (outro virtuosismo técnico ou apenas esperaram que as ruas ficassem desertas?). No entanto, o detalhe é tanto que já há na Web o princípio duma revolta entre bloggers: matrículas de carro legíveis, gatos à janela, etc.
Parecendo insignificante, não deixa de ser mais uma ameaça (potencial) à nossa cada vez mais reduzida privacidade.

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