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27.7.07

Governo abre presença no Second Life, Portugueses saem à rua para comemorar (?) 

O mundo virtual Second Life é daqueles fenómenos onde a histeria da comunicação social não tem correspondência com a realidade. Sim, é um sítio divertido onde se podem fazer boas amizades - caso não se dê atenção no atraso da resposta aos comandos, grafismo básico se comparado com os jogos das consolas e os movimentos bruscos, limitados e pouco realistas.

Mesmo assim, apercebendo-se do cobertura frenética dos media as firmas cedo marcaram presença no SL para obterem os respectivos 15 segundos de fama. No entanto, não há relato de um único caso de sucesso empresarial no SL, antes pelo contrário. Além do elevado número de "engraçadinhos", a população costuma ser de tenra idade e utiliza o SL unicamente para se divertir e não para tratar de assuntos sérios. A quem passará pela cabeça comprar um computador dentro do SL? Muita gente, acreditava o departamento de marketing do gigante Dell - cuja presença virtual está sempre ás moscas.

Pois bem, para tornar a coisa mais irreal, eis que o excelso Governo de Portugal decide colocar um centro de mediação e arbitragem do Ministério da Justiça no SL! Descontando os soundbytes na comunicação social, não faço ideia do que passou pela cabeça dos responsáveis. Além do ridículo da situação de ver uns bonecos aos pulos a tentar resolver um conflito real, é preciso ter em atenção que apenas 7 mil Portugueses estão registados.

Se os Ministérios querem mostrar serviço na Internet que tal começarem por algo básico e barato como responderem aos emails dos cidadãos no mesmo dia ou terem um serviço de chat?

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26.7.07

A PJ, os ISP e o incitamento ao crime 

A PJ deteve os autores e aprendeu máquinas de três sites de partilha de ficheiros, incluíndo o famoso Btuga (o 29º site mais visto pelos Portugueses, segundo a Alexa).

Até aqui nada de novo, os responsáveis dos sites estavam tão seguros que nunca teriam problemas com as autoridades que nem esconderam a sua identidade no registo dos domínios. E, claro, existem sempre as convicções um pouco ingénuas que "roubar e matar é que são crimes", "partilha é legal segundo a nossa legislação" e o clássico "a polícia não percebe nada destas coisas". Isto é um filme a que já assisti várias vezes. Adiante...

O Comunicado da PJ faz alusão a algo que já referi neste blog: a publicidade agressiva dos ISP que incita os seus clientes à pirataria. Um exemplo recente: a campanha da Vodafone ADSL incluí um clip onde se diz algo do género "agora já podes puxar filmes mais rapidamente". Ora, ainda não existe forma legal (leia-se: a pagante$) dos cibernautas lusos puxarem filmes (pelo menos os ditos "blockbusters"). Q.E.D.

A talho de foice, o Tribunal Europeu de Justiça emitiu uma sentença onde a privacidade dos cibernautas se sobrepõe à perseguição deste ilícito civil desde que seja praticado sem fins lucrativos. Faz todo o sentido mas, infelizmente, não é vinculativo para os países da União.

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19.7.07

Um País ligado à Internet 

Qual é o País, qual é ele, que duplicou o número de utilizadores de Internet num ano e chegou mesmo a ultrapassar o score de alguns países escandinavos?

Por incrível que possa parecer é Portugal (a acreditar num estudo da Fundação Orange). Segundo os números da Fundação, 7,7 milhões de Portugueses usam a Internet. Ou seja, se descontarmos as franjas de população com fraca implantação da rede (crianças com menos de 4 anos e idosos com mais 65) concluímos que praticamente todos os Portugueses usam a Internet! Somos os maiores! Vai, todos juntos, Por-tu-gal! Por-tu-gal! Olé, olé, olé!

Ou então... será que este é mais um daqueles estudos pouco rigorosos com metodologia questionável? Pelos vistos, o gabinete do Plano Tecnológico deste Governo acha que não e já lhe deu o devido destaque. Porque será?

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4.7.07

TMN: menos 98.5 igual a 20 vezes 

Depois do desconto de 98.5% no acesso à Internet, a TMN multiplicou por 20 os utilizadores do serviço (ler no Diário Económico).

Ou seja, está provado que existe interesse dos consumidores no acesso à Internet por telemóvel. Do que estão os outros operadores à espera?

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2.7.07

Google: "don't be evil" já era 

Num blogue oficial, o Google criticou o filme "Sicko" de Michael Moore (ler na ZDNet) e incitou a indústria da saúde a comprar publicidade para combater os argumentos do filme. Ainda por cima desde há algum tempo que corriam rumores que a firma recusou publicidade a sites que criticam as grandes empresas farmacêuticas.

É espantoso. Não me lembro de alguma vez um mecanismo de pesquisa tomar uma posição sobre um tema eminentemente político e é chocante ver que partiu duma firma que tem (ou tinha) como lema "don't be evil".

Depois disto, que credibilidade é que devemos atribuir aos resultados das pesquisas no Google? Quem nos garante que as bases de dados não são manipuladas para fazer prevalecer uma determinada corrente de opinião?

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